domingo, 7 de outubro de 2012

Triangulo Mineiro

Os primeiros conquistadores que perlustraram terras do Triângulo Mineiro pertenciam à bandeira de Sebastião Marinho, que, no século XVI, atravessou a região, rumo a Goiás. Seguiram-se outros movimentos de penetração, como os de Afonso Sardinho, João do Prado, João Pereira de Souza Botafogo e Nicolau Barreto.
Depois dessas primeiras entradas, o território do atual Município de Uberaba foi passagem forçada de todos os exploradores que se encaminhavam aos sertões goianos. A rota de Bartolomeu Bueno da Silva, o "Anhangüera", abriu em 1722 a primeira estrada no "Sertão da Farinha Podre", quando por lá passou com destino a Goiás. A estrada ficou conhecida durante muitos anos por "Estrada do Anhangüera" e depois por "Estrada de Goiás" e mais tarde por "Estrada Real".
O primeiro núcleo branco do Triângulo Mineiro foi Tabuleiro, à margem do rio das Velhas, onde, aos poucos, se iam fixando aventureiros que se destinavam a Goiás ou dali regressavam desiludidos. Mas, tendo sido o povoado atacado pelos índios caiapós e reduzido a cinzas, parte de seus habitantes fugiu desordenadamente e alcançou Perdizes, em Araxá, enquanto outra parte, maior e mais disciplinada, se afastou três ou quatro léguas de Tabuleiro e fundou o arraial do Desemboque.
Em 1809 partiram do Desemboque alguns aventureiros, não mais dominados pela idéia do ouro, mas em busca de terras próprias à agricultura e à criação de gado. Em 1812 ergueram um povoado na cabeceira do ribeirão Lajeado, construíram uma capela tosca e colocaram o povoado sob a proteção de Santo Antônio e São Sebastião. Seu nome primitivo era Arraial da Capela do Lajeado.
O novo núcleo, todavia, não encontrou elementos propícios ao desenvolvimento. A falta de terras férteis e à escassez de água, juntava-se o temor constante dos caiapós, sempre dispostos a repelir com violência os povoadores brancos. Alguns componentes da expedição colonizadora regressaram ao Desemboque e relataram ao juiz-comissário, Sargento-mor Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira as dificuldades dos habitantes do Arraial.
Comandando um grupo de mais de trinta homens, Eustáquio dirigiu-se ao povoado e, não lhe agradando o local escolhido, nas cabeceiras do córrego Lajeado, avançou para o oeste em busca de melhores terras, mais bem servidas de aguadas. Escolheu um sítio à margem esquerda do córrego das Lajes, na confluência deste com o rio Uberaba. Aí se fundou a futura Capital do Triângulo Mineiro, a mais ou menos 15 quilômetros do primitivo Arraial da Capelinha. Este entrou em decadência, à medida que seus habitantes se transferiam para as imediações da casa construída por Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira.
Erguida uma capela sob a mesma invocação de Santo Antônio e São Sebastião, o novo povoado chamado de Uberaba entrou em fase de progresso e prosperidade. A primeira "bandeira" que perlustrou terras do atual Município de Uberlândia teve a chefia do Sargento-Mor Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira e contou com a participação de Januário Luís da Silva, Pedro Gonçalves da Silva, José Gonçalves Heleno, Manuel Francisco Ferreira e outros. Esse primeiro devassamento, com vistas à ocupação da terra, deve ter-se processado entre 1810 e 1812.
Seguiu-se a concessão das primeiras sesmarias, nas bacias dos rios Uberaba-legítimo (Uberabinha) e Abelhas (atual Araguari), aos povoadores que se constituíram nos troncos das famílias Peixoto, Pereira, Carrejo, Rezende, Barbosa e outras. Daí em diante, de muitos pontos do Julgado do Desemboque, de Minas Gerais e Goiás, estabeleceu-se corrente imigratória quase contínua, em grande parte composta de conhecidos ou parentes daqueles sesmeiros.
Sendo "Anhanguera", o primeiro desbravador da região araguarina no século XVIII, se retirou de Sabara e empreendeu a exploração do Oeste, em demanda de Goiás. Nos primórdios do século XIX, o então Comissário de Sesmarias na região do Triângulo Mineiro, Antônio de Rezende Costa, vulgo "Major do Córrego Fundo", demarcou as sesmarias do Serrote, hoje Fundão, Pedra Preta, atual Cunhas e outras. Tomou posse do terreno situado entre as sesmarias, doando-o a Igreja, como patrimônio da freguesia instalada sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Brejo Alegre .
Em 3 de abril de 1840 criou-se a Paróquia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde e em tôrno da capela os fazendeiros das imediações fundaram um povoado, ao qual deram o nome de Arraial da Ventania.
Em 1846, por iniciativa de Felisberto Alves Carrejo e Francisco Alves Pereira da Rocha, erigiu­se uma capela, sendo primeiro padre José Martins Carrejo, filho de Felisberto Alves Carrejo.
O lugar escolhido para o arraial chamava-se São Pedro. Consta que esse topônimo se originou de uma inscrição, em que se lia "29 de junho" (dia do Santo), gravada em relevo na superfície de tronco secular, às margens de um córrego afluente do rio Uberabinha. Segundo a tradição, chamava-se Uberaba esse rio ou "Uberaba-legítimo". Uberaba, em idioma indígena, significa água que brilha. Porém, segundo alguns autores o topônimo Uberaba origina-se do tupi "Y-beraba" que quer dizer "água clara".
Em 1882 deu-se a criação do Município e da Vila, com a denominação de Brejo Alegre, depois Araguari. Este nome, segundo se afirma, deve-se a existência, na localidade, de grande profusão de periquitos "araguaris" . A partir de 1896, com a inauguração da Estrada de Ferro Mogiana e posteriormente a de Goiás (1910), a vida do Município tomou novo incremento. Hoje é grande entreposto comercial, situando-se entre os mais importantes Municípios triangulinos gentílico: araguarino.
Formação Administrativa
O Decreto de 2 de março de 1820. Em 22 de fevereiro de 1836, a Lei provincial n.° 28 criou o Município de Uberaba, com território desmembrado do de Araxá e sede no povoado de Santo Antônio de Uberaba.
Sua instalação ocorreu a 7 de janeiro do ano seguinte, para efeito da Lei provincial n° 759, de 2 de maio de 1856, a vila de Uberaba recebeu foros de cidade.
A Lei estadual n.° 2, de 14 de setembro de 1891 manteve o distrito-sede do município de Uberaba que, na divisão administrativa de 1911, figurava subdividido em 4 distritos: Uberaba, Campo Formoso (antes Dores do Campo Formoso), Conceição das Alagoas e Veríssimo (antes São Miguel do Veríssimo).
O Decreto-lei estadual n.° 148, de 17 de dezembro de 1938, desmembrou-lhe o território para criar os municípios de Campo Formoso, Conceição das Alagoas e Veríssimo, ficando Uberaba reduzido ao distrito-sede.
Em 27 de dezembro de 1948, a Lei estadual n.° 336 criou o distrito de Água Comprida, passando o Município a possuir dois distritos.
A Lei estadual n.° 1.039, de 12 de dezembro de 1953, desmembrou parte do distrito de Água Comprida (elevado a Município) para criar o distrito de Baixa, passando Uberaba a dividir-se em dois distritos: Uberaba (sede) e Baixa.
Esta divisão perdura até a presente data.
A Comarca do Rio Paraná, criada pela Lei Provincial n.° 171, de 23 de março de 1840, foi suprimida em 8 de outubro de 1870, segundo a Lei n.° 1.740.
Restaurou-a, no entanto, a de n.° 2.211, de 2 de junho de 1876, passando a denominar-se Uberaba, por força da Lei provincial n.° 2.500, de 12 de novembro de 1876.
A Comarca é, atualmente, de 3.ª estância. Sua jurisdição se estende aos Municípios de Veríssimo, Campo Florido e Água Comprida.
Distrito criado com a denominação de Brejo Alegre, pela lei provincial nº 1195, de 06-08-1864, e pela lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Estrela do Sul (antes chamada de Bagagem).
Elevado à categoria de vila com a denominação de Brejo Alegre, pela lei provincial nº 2996, de 19-10-1882, desmembrado de Bagagem.
Sede na antiga vila de Brejo Alegre, constituído do distrito sede e instaurado em 31-03-1884.
Brejo Alegre elevado à condição de cidade com a denominação de Araguari, pela lei provincial nº 3591, de 28-08-1888.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Município aparece constituído de 3 distritos: Araguari, Santa Rita de Barreiros e Santana do Rio das Velhas, todos desmembrados de Estrela do Sul.
Pela lei estadual nº 765, de 10-09-1920, o distrito de Santa Rita de Barreiros. Foi transferido para a povoação de Piracaíba.
Pela lei estadual nº 806, de 22-09-1921, o distrito de Santa Rita dos Barreiros passou chamar-se Piracaíba.
Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, é criado o distrito de Amanhece (ex-povoado) e anexado ao Município de Araguari.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o Município é constituído de 3 distritos: Araguari, Amanhece, Piracaíba (ex-Santa Rita de Barreiros).
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, desmembra do Município de Araguari o distrito de Santana do Rio das Velhas.
Elevado à categoria de Município com a denominação de Indianópolis.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o Município é constituído de 3 distritos: Araguari, Amanhece e Piracaíba.
Pela lei estadual nº 336, de 27-12-1948, é criado o distrito de Florestinha e anexado ao Município de Araguari.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o Município é constituído de 4 distritos: Araguari, Amanhece, Florestinha e Piracaíba.
Assim permanecendo esta divisão territorial até hoje.
O distrito São Pedro de Uberabinha, na Paróquia e Município de Uberaba, pela Lei provincial n.° 602, de 21 de maio de 1852 e elevado à freguesia pela de n.° 831, de 11 de junho de 1857.
A Lei n.° 4.643, de 31 de agosto de 1888, criou o Município de Uberabinha, constituído pelas freguesias de São Pedro de Uberabinha (sede) e Santa Maria, está desmembrada do Termo de Monte Alegre e aquela do de Uberaba.
A instalação verificou-se a 14 de março de 1891. Pelo disposto na Lei estadual n.° 2, de 14 de setembro desse ano, o distrito de Uberabinha teve confirmada sua criação.
A Lei estadual n.° 23, de 24 de maio de 1892, concedeu categoria de cidade à sede do Município. Este se apresenta em 1911 (Divisão Administrativa) e no Recenseamento Geral de 1920 integrado pelos distritos de Uberabinha e Santa Maria.
Por força da Lei estadual n.° 843, de 7 de setembro de 1923, o Município passou a abranger o novo distrito de Martinópolis, criado com território desmembrado do distrito-sede.
Seis anos depois, em 1929, na conformidade do disposto em Lei estadual número 1.128, de 19 de outubro, o Município e o distrito passaram a denominar-se Uberlândia.
Por força do Decreto-lei estadual n.° 1.058, de 31 de dezembro de 1943, o Município passou a constituir-se de 5 distritos: Uberlândia, Cruzeiro dos Peixotos, Martinésia (ex-Martinópolis), Miraporanga (ex-Santa Maria) e Tapuirama, assim permanecendo até hoje.
A Comarca de Uberabinha foi criada pela Lei estadual n.° 11, de 13 de novembro de 1891, e teve o topônimo mudado para Uberlândia pela Lei estadual n.° 1.128, acima citada. 17: Comarca de 3.ª estância.
Araguari: 199.812 habitantes com 2.730 km2.

Uberlandia: 642.057 habitantes com 4.115 km2.

Uberaba: 301.988 habitantes com 4.524 km2.

fonte:IBGE

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